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O português de Portugal vai passar a ser português do Brasil
Thread poster: Ivana de Sousa Santos
José Ignacio Coelho Mendes Neto (X)
José Ignacio Coelho Mendes Neto (X)  Identity Verified
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Totalmente contra o Atentado Ortográfico Feb 3, 2009

Sou totalmente contrário a essa iniciativa funesta, pelos seguintes motivos:

1 - A língua não se faz por meio da lei. Deviam deixar isso a cargo dos usuários e estudiosos da língua.
2 - Se é para legislar sobre o idioma, que se cristalizem na lei os usos consagrados, e não normas artificiais e estranhas ao país e aos usuários.
3 - Os motivos apresentados são obscuros ou escusos. Primeiro, o da suposta unificação, que não ocorre porque o AO cria mais diferen
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Sou totalmente contrário a essa iniciativa funesta, pelos seguintes motivos:

1 - A língua não se faz por meio da lei. Deviam deixar isso a cargo dos usuários e estudiosos da língua.
2 - Se é para legislar sobre o idioma, que se cristalizem na lei os usos consagrados, e não normas artificiais e estranhas ao país e aos usuários.
3 - Os motivos apresentados são obscuros ou escusos. Primeiro, o da suposta unificação, que não ocorre porque o AO cria mais diferenças por causa de grafias alternativas e facultativas.
4 - Segundo motivo ilusório, o da projeção internacional do português: outras línguas alcançam projeção sem terem ortografia unificada, porque na verdade essa projeção depende de fatores extra-lingüísticos, como o poder econômico ou o desenvolvimento institucional e cultural do país.
5 - Terceiro motivo falacioso, o da simplificação ou facilidade: ninguém aprende uma língua por ser mais fácil que outra, e na verdade o AO acrescenta dificuldades ao permitir mais grafias alternativas e ao retirar elementos diferenciadores importantes (acento agudo nas vogais abertas, acento diferencial, trema).
6 - Só para citar alguns problemas criados para o português do Brasil:
- como se explica para uma criança ou pessoa que aprende o português que não se diz "baléia" ou "seréia", se "ideia" não leva acento?
- como se explica que o carro não "engüiça", se a "linguiça" não leva trema?


Na minha opinião, é extremamente perigoso lançar esse monte de incertezas sobre o idioma, porque passa a impressão de que a língua escrita é totalmente arbitrária, e isso só desestimula o aprendizado. No Brasil, do jeito que as pessoas já têm desprezo pela escrita e pela cultura, só terão mais motivos para se recusar a escrever e pensar com rigor.

Entrei em contato com alguns órgãos públicos e entidades de classe aqui no Brasil para cobrar deles posição contrária ao AO, ou pelo menos uma declaração qualquer, mas jamais obtive resposta, exceção feita do lexicógrafo-chefe da Academia Brasileira de Letras, que manifestou, em caráter privado, sua desaprovação diante do Atentado.

Não vejo os escritores brasileiros tomarem posição. Os meios de comunicação aderiram automaticamente à reforma estulta com um capachismo inacreditável. Os promotores dessa patuscada (Instituto Antônio Houaiss, Evanildo Bechara, ABL) imediatamente publicaram suas "obras de atualização" para extorquir dinheiro do público mediante a deturpação irresponsável do idioma.

Fico indignado com a inércia que toma conta das pessoas diante do aviltamento da sua própria língua, e com o oportunismo dos governantes que dela se aproveitam para alimentar vãos delírios de... de que serão? Projeção internacional do português? Língua oficial da ONU? Como se isso se fizesse com canetadas canhestras que só avacalham o idioma.

Além disso, é completamente inútil querer intervir na língua desse modo. Só vai criar problemas dentro do país, e nenhuma aproximação com os outros países lusófonos. Só servirá para as editoras e autores oportunistas tentarem ganhar dinheiro com livros de "atualização". Temos todos muito mais o que fazer do que perder tempo com essas idiotices criadas e impostas pela burrice alheia. Temos muitas preocupações de conteúdo a serem resolvidas e não precisamos de mais um obstáculo formal, desnecessário e prejudicial.

Na minha opinião, todos aqueles que trabalham com a língua deveriam tomar posição contra o Atentado Ortográfico, exigir das autoridades que ele seja revogado e recusar-se a aplicá-lo.
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Cristina Pereira
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Já somos alguns, Elisabete... Feb 3, 2009

...a enterrar a cabeça na areia como a avestruz, pelo que parece. Obrigada pelo apoio, de qualquer forma. Acho que se o "Atentado Ortográfico", como bem lhe chama o colega José Ignacio, entrar em vigor em 2010, tenho de tirar uns dias de férias em Dezembro para "formação". Quem sabe haja cursos?

E não é por ser subscritora (pagante, aliás) do dicionário da Porto Editora que vou lá consultar o "novo" dicionário. Ele que fique por lá novinho em folha, que eu por mim não
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...a enterrar a cabeça na areia como a avestruz, pelo que parece. Obrigada pelo apoio, de qualquer forma. Acho que se o "Atentado Ortográfico", como bem lhe chama o colega José Ignacio, entrar em vigor em 2010, tenho de tirar uns dias de férias em Dezembro para "formação". Quem sabe haja cursos?

E não é por ser subscritora (pagante, aliás) do dicionário da Porto Editora que vou lá consultar o "novo" dicionário. Ele que fique por lá novinho em folha, que eu por mim não abro uma página.

Temos tempo! Aliás, ainda nenhum cliente até agora me impôs qualquer obrigação nesse sentido, por isso, a ver vamos o que vai acontecendo,

Haja esperança e bom trabalho,

Cristina
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Elisabete Cunha
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Aguardemos... Feb 5, 2009

Gostei do termo "Atentado Ortográfico" usado pelo colega, efectivamente não há melhor palavra para o descrever. Ainda bem que há mais pessoas a pensar assim, é um alívio saber que não estou sozinha.

Por acaso, também nunca nenhum cliente me fez qualquer exigência relativamente ao acordo. Agora, o que já aconteceu foi receber textos para rever, escritos já de acordo com as novas regras. Isso é algo que me faz sentir sempre mal, porque me parece um texto com erros e só d�
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Gostei do termo "Atentado Ortográfico" usado pelo colega, efectivamente não há melhor palavra para o descrever. Ainda bem que há mais pessoas a pensar assim, é um alívio saber que não estou sozinha.

Por acaso, também nunca nenhum cliente me fez qualquer exigência relativamente ao acordo. Agora, o que já aconteceu foi receber textos para rever, escritos já de acordo com as novas regras. Isso é algo que me faz sentir sempre mal, porque me parece um texto com erros e só dá vontade de corrigir do início ao fim...

Mas o que mais me revolta nisto tudo é que a nossa língua é linda e perfeitamente organizada, tudo funciona de forma harmoniosa. Para quê alterar o que já de si é perfeito? Concordo, obviamente, com a introdução de neologismos, isso é evolução, agora alterar as palavras só para uniformizar, que me perdoem, mas não compreendo o porquê dessa uniformização, nem vejo quaisquer vantagens. Será um desgosto para mim se algum dia for efectivamente obrigada a escrever assim...


CristinaPereira wrote:

...a enterrar a cabeça na areia como a avestruz, pelo que parece. Obrigada pelo apoio, de qualquer forma. Acho que se o "Atentado Ortográfico", como bem lhe chama o colega José Ignacio, entrar em vigor em 2010, tenho de tirar uns dias de férias em Dezembro para "formação". Quem sabe haja cursos?

E não é por ser subscritora (pagante, aliás) do dicionário da Porto Editora que vou lá consultar o "novo" dicionário. Ele que fique por lá novinho em folha, que eu por mim não abro uma página.

Temos tempo! Aliás, ainda nenhum cliente até agora me impôs qualquer obrigação nesse sentido, por isso, a ver vamos o que vai acontecendo,

Haja esperança e bom trabalho,

Cristina

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João Roque Dias
João Roque Dias
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Opiniões e pareceres sobre o Monstro do acordo ortográfico Jun 15, 2009

A colega Carla Guerreiro tem um livro do João Malaca Casteleiro (nota minha: acordista-mor pela parte portuguesa) , em formato PDF (nota minha: terá sido pirateado, sonegando ao ilustre professor os direitos de autor?), que lhe foi enviado via email por uma amiga sua. E propõe-se enviá-lo a quem tiver interesse.

Aqui fica a ligação para excertos do parecer do Prof. António Emiliano da FCSH (Universidade Nova de Lisboa:

"UMA REFORMA ORTOGRÁFICA INEXPLICÁVEL: COM
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A colega Carla Guerreiro tem um livro do João Malaca Casteleiro (nota minha: acordista-mor pela parte portuguesa) , em formato PDF (nota minha: terá sido pirateado, sonegando ao ilustre professor os direitos de autor?), que lhe foi enviado via email por uma amiga sua. E propõe-se enviá-lo a quem tiver interesse.

Aqui fica a ligação para excertos do parecer do Prof. António Emiliano da FCSH (Universidade Nova de Lisboa:

"UMA REFORMA ORTOGRÁFICA INEXPLICÁVEL: COMENTÁRIO RAZOADO DOS FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA (1990)":

http://localhostr.com/files/3baaa5/PARECER-EMILIANO2008-EXCERTOS.pdf

Aos interessados, posso enviar o texto integral do parecer. Uma leitura útil, informativa e deliciosa.
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Niqui (X)
Niqui (X)
Qual é o problema? Jul 4, 2009

Qual é o problema? Eu sou alemão, tambem tivemos um acordo assim entre os paises onde se fala Alemão, e tambem todos reclamaram, queriam uma reforma da reforma da reforma da reforma, esperando que dessa maneira toda a reforma morra. Sem éxito.
Claro, ninguem gosta de mudanças, mas é pouco normal tratar de uma lengua, mais precisamente de uma ortografia, como um objeto num museu. O Brasil é o pais lusófono mais importante, e a sua liderança vai ser ainda mais grande no futuro. Clar
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Qual é o problema? Eu sou alemão, tambem tivemos um acordo assim entre os paises onde se fala Alemão, e tambem todos reclamaram, queriam uma reforma da reforma da reforma da reforma, esperando que dessa maneira toda a reforma morra. Sem éxito.
Claro, ninguem gosta de mudanças, mas é pouco normal tratar de uma lengua, mais precisamente de uma ortografia, como um objeto num museu. O Brasil é o pais lusófono mais importante, e a sua liderança vai ser ainda mais grande no futuro. Claro que, se ha uma reforma assim, é o Brasil que vai domina-la, não Portugal.
Se ha um acordo assim para o inglês um dia, vão ser os EUA que dominam a nova ortografia unida, não Inglaterra. A lengua não é o lugar certo para nacionalismo.
Eu acho que uma ortografia unida faz sentido porque ajuda ao português no mundo. A lengua propria tambem está a mudar, não só a ortografia. É inevitavel porque ha telenovelas brasileiras na tv portuguesa e muitos emigrantes brasileiros ca. Eu gosto do Brasil, me parece muito progressivo e otimista, é boa influência em Portugal.
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Luís Neves
Luís Neves
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esses exemplos! Dec 21, 2009

Bruno Magne wrote:

Eu acho que os nossos colegas do Portugal estão a ser enganados e a ouvir/ler inverdades.

De acordo com a imprensa escrita brasileira, que aderiu competamento ao tratado e já o está seguindo, o que está em vigor nos países de fala lusitana é uma reforma ortográfica que harmoniza (para falar como o pessoal de Brusselas) algumas regras relativas aos acentos outro que não tónicos, ao trema (que desaparece totalmente, com a exceção das palavras de origem estrangeira) e ao hífen. E só.

Se eu entendi bem, os portugueses vão continuar escrevendo factor, actor, acção, electricidade, enquanto os brasileiros continuarão escrevendo fator, ator, ação.

O tratado nada diz sobre a língua FALADA. Cada um continuará falando o português local.

Jamais se tratou de obrigar um povo ou outo a adotar a maneira de falar de um ou outro.

Bom fim de semana

Bruno



fator, ator, ação, eletricidade vão passar a escrever-se desta mesma forma em Portugal, como pode verificar na seguinte ligação http://www.portaldalinguaportuguesa.org/index.php?action=novoacordo&act=list&letter=f
Aqui encontra uma publicação portuguesa escrita segundo o novo acordo (para já a única tanto quanto sei, à qual se somará o Diário da República em 1 de Janeiro): http://www.record.pt/

[Editado em 2009-12-21 22:22 GMT]


 
Gabriela Frazao
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Nem en Dec 22, 2009

Presumindo que a colega é portuguesa, aqui deixo um conselho: tenha cuidado com os erros ortográficos e a construção das suas frases em português de Portugal. Não vamos morrer por causa do acordo ortográfico, nem vamos ser nunca enganados. Que é, afinal, a sua grande preocupação.

 
Gabriela Frazao
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Correcção... Dec 22, 2009

Caros colegas,

Como é evidente, referia-me aos colegas portugueses em geral e em nenhum em particular.
Ou seja, devemos manter a nossa ortografia e deixar morrer o acordo.

Um bom Natal a todos.


Gabriela Frazao wrote:

Presumindo que a colega é portuguesa, aqui deixo um conselho: tenha cuidado com os erros ortográficos e a construção das suas frases em português de Portugal. Não vamos morrer por causa do acordo ortográfico, nem vamos ser nunca enganados. Que é, afinal, a sua grande preocupação.


 
Acordo Ortográfico Jan 2, 2010

Acredito que esse acordo de certa forma mexe com o orgulho e a identidade dos portugueses. Para mim também parece ser estranho ter que mudar com a ortografia usada pelos portugueses há imenso tempo. Por que os portugueses têm que aceitar a mudança só porque os brasileiros são a maioria? O que se vê em outros países é totalmente o contrário, por exemplo, Os Estados Unidos e a América Latina são a maioria em relação à Inglaterra e Espanha, e ainda assim estes países europeus não m... See more
Acredito que esse acordo de certa forma mexe com o orgulho e a identidade dos portugueses. Para mim também parece ser estranho ter que mudar com a ortografia usada pelos portugueses há imenso tempo. Por que os portugueses têm que aceitar a mudança só porque os brasileiros são a maioria? O que se vê em outros países é totalmente o contrário, por exemplo, Os Estados Unidos e a América Latina são a maioria em relação à Inglaterra e Espanha, e ainda assim estes países europeus não mudaram em nada sua ortografia porque nos países que são a maioria, escrevem assim ou "assado". Este acordo mudará a história de Portugal de certa forma. Fico imaginando se os brasileiros tivessem que adotar a ortografia do modo como os portugueses a usam. Sem dúvida, não iriam gostar. Eu entendo a posição dos amigos portugueses. De qualquer forma, o acordo foi assinado.Collapse


 
Eric Dos Santos
Eric Dos Santos
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concordo, mas nao exageremos! Jan 18, 2010

Sou contrário ao acordo, e concordo quase plenamente com os argumentos apresentados aqui, por isto não estou aqui a propor o que já foi dito. Por outro lado, acho que muitos dos nossos caros colegas estão exagerando, ao dizer que irão ignorar o acordo...então, como farão se começarem a perder clientes por não estarem dentro dos padrões da ortografia “correta”? Deixarão uma opinião pessoal interpor-se entre vocês e a profissionalidade? Infelizmente não somos nós que decidimos ... See more
Sou contrário ao acordo, e concordo quase plenamente com os argumentos apresentados aqui, por isto não estou aqui a propor o que já foi dito. Por outro lado, acho que muitos dos nossos caros colegas estão exagerando, ao dizer que irão ignorar o acordo...então, como farão se começarem a perder clientes por não estarem dentro dos padrões da ortografia “correta”? Deixarão uma opinião pessoal interpor-se entre vocês e a profissionalidade? Infelizmente não somos nós que decidimos o que é correto ou errado em matéria de ortografia. E há uma outra coisa a ter em mente: tal acordo não mudará a língua falada de Portugal. Se assim fosse, todos os programas televisivos, telenovelas, música brasileiros já teriam mudado a fonética e estrutura linguística dos portugueses, não creem? A propósito, a Universidade Aberta De Lisboa esta a oferecer um curso de atualização para a padronização do acordo, creio que o público-alvo sejam os formadores mas seria útil também a tradutores que querem continuar no mercado de trabalho..Collapse


 
Carla Guerreiro
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Concordo com o ebrasilis Jan 19, 2010

ebrasilis wrote:

Sou contrário ao acordo, e concordo quase plenamente com os argumentos apresentados aqui, por isto não estou aqui a propor o que já foi dito. Por outro lado, acho que muitos dos nossos caros colegas estão exagerando, ao dizer que irão ignorar o acordo...então, como farão se começarem a perder clientes por não estarem dentro dos padrões da ortografia “correta”? Deixarão uma opinião pessoal interpor-se entre vocês e a profissionalidade? Infelizmente não somos nós que decidimos o que é correto ou errado em matéria de ortografia. E há uma outra coisa a ter em mente: tal acordo não mudará a língua falada de Portugal. Se assim fosse, todos os programas televisivos, telenovelas, música brasileiros já teriam mudado a fonética e estrutura linguística dos portugueses, não creem? A propósito, a Universidade Aberta De Lisboa esta a oferecer um curso de atualização para a padronização do acordo, creio que o público-alvo sejam os formadores mas seria útil também a tradutores que querem continuar no mercado de trabalho..


Bom dia a todos,

Pela parte que me toca, concordo com o ebrasilis.
Sentimentalismos à parte (quer se concorde com o acordo ou não), temos o dever de estar actualizados relativamente à nossa língua materna.

Quanto ao acordo, há muito boa gente que diz que uma língua não se muda por decreto. O tanas! Ou como é que acham que deixámos de escrever "farmácia" com ph? Acham mesmo que foi o cidadão comum que decidiu isso? Tretas! O cidadão comum, o povinho não é quem mais ordena nestas coisas de evolução da ortografia. Se ela muda, é porque há e haverá sempre comissões de especialistas que assim o decidem.


 
Mónica Machado
Mónica Machado
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Acordo... ortográfico Feb 6, 2010

Olá a todos,

Acho que muitas das pessoas que comentam isto falam sem conhecimento exacto. O acordo é ortográfico e como tal só abrange a ortografia.

Logo, continuaremos a ter duas variantes do português porque o léxico e a gramática são diferentes em cada uma delas.

Acredito que para muito boa gente era óptimo ter uma língua só - passar a ferro os outros concorrentes, digamos.

Mas não vai ser assim. E este acordo em Portugal vai te
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Olá a todos,

Acho que muitas das pessoas que comentam isto falam sem conhecimento exacto. O acordo é ortográfico e como tal só abrange a ortografia.

Logo, continuaremos a ter duas variantes do português porque o léxico e a gramática são diferentes em cada uma delas.

Acredito que para muito boa gente era óptimo ter uma língua só - passar a ferro os outros concorrentes, digamos.

Mas não vai ser assim. E este acordo em Portugal vai ter muita resistência porque muito pouca gente por aqui aceita ver-se livre de palavrinhas como "acto" e "facto".

Eu sou totalmente contra o acordo. Acho uma aberração que se queira uniformizar algo com o qual se vive tão bem. Com tanto problema sério e perde-se tempo a aprovar uma coisa que nem tem importância alguma. Mas pronto, isto deve ter uma razão económica subjacente...

E quanto a seguir o novo acordo, por enquanto dispenso, mas não digo "desta água não não beberei".

E para o colega que disse que o Brasil é o país mais importante da lusofonia... aqui fica o comentário... o tamanho não é tudo e respeitinho para com os mais velhos (que neste caso é Portugal, origem do português). E não é por escrevermos algumas palavras sem o famoso "c" (facto, acto. etc.) que vamos perder a nossa identidade. Caramba, somos mais do que um simples "c".

Cumprimentos
Mónica



[Edited at 2010-02-06 01:02 GMT]
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Carla Guerreiro
Carla Guerreiro  Identity Verified
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Uma rectificaçãozinha... Feb 6, 2010

Mónica Machado wrote:

Olá a todos,

Acho que muitas das pessoas que comentam isto falam sem conhecimento exacto. O acordo é ortográfico e como tal só abrange a ortografia.

Logo, continuaremos a ter duas variantes do português porque o léxico e a gramática são diferentes em cada uma delas.

Acredito que para muito boa gente era óptimo ter uma língua só - passar a ferro os outros concorrentes, digamos.

Mas não vai ser assim. E este acordo em Portugal vai ter muita resistência porque muito pouca gente por aqui aceita ver-se livre de palavrinhas como "acto" e "facto".

Eu sou totalmente contra o acordo. Acho uma aberração que se queira uniformizar algo com o qual se vive tão bem. Com tanto problema sério e perde-se tempo a aprovar uma coisa que nem tem importância alguma. Mas pronto, isto deve ter uma razão económica subjacente...

E quanto a seguir o novo acordo, por enquanto dispenso, mas não digo "desta água não não beberei".

E para o colega que disse que o Brasil é o país mais importante da lusofonia... aqui fica o comentário... o tamanho não é tudo e respeitinho para com os mais velhos (que neste caso é Portugal, origem do português). E não é por escrevermos algumas palavras sem o famoso "c" (facto, acto. etc.) que vamos perder a nossa identidade. Caramba, somos mais do que um simples "c".

Cumprimentos
Mónica



[Edited at 2010-02-06 01:02 GMT]


Boa tarde Monica,

Concordo consigo: a norma de Portugal e a do Brasil vão coexistir, porque o acordo visa apenas modificar a ortografia, não o léxico nem as estruturas gramaticais.

No entanto, gostaria de fazer uma pequena correcção: vamos continuar a dizer e a escrever "facto", porque continuamos a pronunciar o "c" dessa palavra e porque, se ela fosse modificada, levaria a uma grande confusão com a palavra "fato". Passa-se exactamente a mesma coisa com a palavra "pacto", que não vai ser modificada pelas mesmas razões que a palavra "facto", e para não ser confundida com a palavra "pato".

Quanto ao colega brasileiro que acha que o Brasil é o pais (desculpem não colocar acentos, mas estou a escrever num computador diferente do habitual e so mesmo no word e no openoffice é que consigo colocar acentos...) mais importante da lusofonia, apenas lhe digo isto: é melhor não cantar de galo, pois o Brasil vai ter, mais tarde ou mais cedo, a concorrência de Angola.

E toma la que ja almoçaste!


 
Mónica Machado
Mónica Machado
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Obrigada Carla Feb 7, 2010

Olá Carla,

Dei pacto e facto como exemplos, porque para ser honesta ainda nem fui ver o que muda ou não. Para já nem quero ver LOL LOL. Mas fico contente por algumas desta palavrinhas continuarem iguais a si próprias.

Cumprimentos
Mónica


Carla Guerreiro wrote:

Mónica Machado wrote:

Olá a todos,

Acho que muitas das pessoas que comentam isto falam sem conhecimento exacto. O acordo é ortográfico e como tal só abrange a ortografia.

Logo, continuaremos a ter duas variantes do português porque o léxico e a gramática são diferentes em cada uma delas.

Acredito que para muito boa gente era óptimo ter uma língua só - passar a ferro os outros concorrentes, digamos.

Mas não vai ser assim. E este acordo em Portugal vai ter muita resistência porque muito pouca gente por aqui aceita ver-se livre de palavrinhas como "acto" e "facto".

Eu sou totalmente contra o acordo. Acho uma aberração que se queira uniformizar algo com o qual se vive tão bem. Com tanto problema sério e perde-se tempo a aprovar uma coisa que nem tem importância alguma. Mas pronto, isto deve ter uma razão económica subjacente...

E quanto a seguir o novo acordo, por enquanto dispenso, mas não digo "desta água não não beberei".

E para o colega que disse que o Brasil é o país mais importante da lusofonia... aqui fica o comentário... o tamanho não é tudo e respeitinho para com os mais velhos (que neste caso é Portugal, origem do português). E não é por escrevermos algumas palavras sem o famoso "c" (facto, acto. etc.) que vamos perder a nossa identidade. Caramba, somos mais do que um simples "c".

Cumprimentos
Mónica



[Edited at 2010-02-06 01:02 GMT]


Boa tarde Monica,

Concordo consigo: a norma de Portugal e a do Brasil vão coexistir, porque o acordo visa apenas modificar a ortografia, não o léxico nem as estruturas gramaticais.

No entanto, gostaria de fazer uma pequena correcção: vamos continuar a dizer e a escrever "facto", porque continuamos a pronunciar o "c" dessa palavra e porque, se ela fosse modificada, levaria a uma grande confusão com a palavra "fato". Passa-se exactamente a mesma coisa com a palavra "pacto", que não vai ser modificada pelas mesmas razões que a palavra "facto", e para não ser confundida com a palavra "pato".

Quanto ao colega brasileiro que acha que o Brasil é o pais (desculpem não colocar acentos, mas estou a escrever num computador diferente do habitual e so mesmo no word e no openoffice é que consigo colocar acentos...) mais importante da lusofonia, apenas lhe digo isto: é melhor não cantar de galo, pois o Brasil vai ter, mais tarde ou mais cedo, a concorrência de Angola.

E toma la que ja almoçaste!


 
Eric Dos Santos
Eric Dos Santos
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pessoal, nao se trata de uma batalha Brasil vs Portugal... Feb 7, 2010

primeiramente me admira que a nossa colega monica tenha dito: muitos falam sem conhecer o acordo, e depois nao sabe que "pacto" e "facto" nao mudarao....
mas deixando de lado isso, colegas NAO SE TRATA de uma BATALHA entre o Brasil e Portugal, mas sim de um acordo estupido e sem sentido, decidido pelas AUTORIDADES e nao por nos, povo comum!!! Nos brasileiros somos orgulhosos da nossa vertente da lingua portuguesa, voces sao da sua, e nada vai alterar isto. Com certeza Portugal é um pais
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primeiramente me admira que a nossa colega monica tenha dito: muitos falam sem conhecer o acordo, e depois nao sabe que "pacto" e "facto" nao mudarao....
mas deixando de lado isso, colegas NAO SE TRATA de uma BATALHA entre o Brasil e Portugal, mas sim de um acordo estupido e sem sentido, decidido pelas AUTORIDADES e nao por nos, povo comum!!! Nos brasileiros somos orgulhosos da nossa vertente da lingua portuguesa, voces sao da sua, e nada vai alterar isto. Com certeza Portugal é um pais importante, com uma riquissima historia, cultura etc, mas a lingua evolue, nao ha nada que se possa fazer.Claro, o Brasil economicamente é mais importante, mas isto se da por que é um pais muito maior, "that's all!" Nao tem nada a ver com a lingua...além do mais, creio, que nunca havera uma verdadeira unificaçao, a lingua reflete a mentalidade e a cultura, e portugueses e brasileiros sao muito diferentes. Ouvi dizer que em Portugal se estava fazendo um abaixo-assinado contra o acordo! Como se adiantasse...
Outro dia uma colega sugeriu que o forum de lingua portuguesa fosse dividido: um para brasileiros e um para portugueses...acho que nisso reside algo: por mais que muitos digam: nao tenho nada contra, pelo contrario, bla-bla-bla... mas no fundo muitos nutrem uma rivalidade infantil e ridicula! Nao transformemos um acordo numa "bola de neve"...por favor

cordialmente

(desculpem pela falta de acentos, estou usando um teclado que nao os tem)
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O português de Portugal vai passar a ser português do Brasil






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